Perto está o Senhor de todos os
que o invocam, de todos os que o invocam em verdade. (Salmo 145.18).
Era dia da festa anual em Israel, o povo estava
reunido para celebrar ao Seu Deus. Alegria, gratidão, ofertas, sacrifícios etc.
eram a tônica do evento. Porem entre a multidão que celebrava, havia alguém
profundamente triste, cabisbaixa, inconsolável. Era Ana, mulher de Elcana, que
veio a ser a mãe do profeta Samuel o qual mais tarde ungiu a Davi como rei. O
motivo da tristeza de Ana é que ela não tinha filhos. Enquanto as mulheres se
confraternizavam e cada uma exibia seus filhos com orgulho, Ana em um canto
abafava sua dor e vergonha. Isto mesmo! Era vergonhoso e humilhante para uma
mulher casada de seu tempo não ter filhos. Foi quando ela, de sua dor, reunindo
tudo o que lhe sobrara de forças, decidiu fazer a última coisa que sabia fazer:
Orar ao Deus Todo Poderoso. “Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e
chorou abundantemente”. (1 Samuel 1.10) O momento era apropriado, afinal
estavam no templo e adoravam a Deus. Discretamente afastou-se de todos e
dirigindo-se a Deus em oração expos seu pedido, seu desejo e sua tristeza.
Ela encontrava-se tão
compenetrada e tão intimamente em comunhão com Deus que não ousava erguer a
voz. Também seu pedido, não interessava aos demais, era um caso de interesse
particular e que só mesmo Deus poderia atendê-la. “O sacerdote Eli que de longe
a observava, julgou que estivesse bêbeda e repreendeu-a: –“E disse-lhe Eli: Até
quando estarás tu embriagada?” Aparta de ti o teu vinho. Porém Ana respondeu:
–Não, senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho nem
bebida forte tenho bebido; porém tenho derramado a minha alma perante o SENHOR.
[...] da multidão dos meus cuidados e do meu desgosto tenho falado até agora.
Então respondeu Eli: –Vai em paz; e o Deus de Israel te conceda a petição que
lhe fizeste”(1Sm 1.14-17).
Ana pediu um filho ao Senhor. Um
ano depois já tinha seu filho nos braços. Ela consagrou-o ao Senhor conforme o
que havia prometido em voto enquanto orava. No tempo certo o levou ao Templo
para ser educado pelo profeta Eli para que aprendesse com ele e viesse a ser um
sacerdote em Israel. Depois desse filho, Ana teve outros filhos que ficaram com
ela em sua casa.
Aprendemos com este episódio que
Deus se importa com a nossa dor. Ele ouve até os nossos sussurros quando o
buscamos em temor e fé. Ana nos dá um exemplo de coragem, determinação e
confiança. Ela sabia que só Deus realiza as coisas impossíveis aos seres
humanos. Ela sabia que Deus era bom. Ela não permaneceu “atolada” em seu
desgosto e tristeza e humilhação. Mas buscou em Deus o socorro e auxilio de que
precisava.
Qual é mesmo o seu problema? Ana
queria um filho, mas há quem deseje o renascimento: a salvação de um filho, a libertação de ente querido, ou restauração de um relacionamento, etc. A lista não tem fim. Mas o mesmo Deus de
Ana está ao nosso alcance. Ele se importa com a nossa dor, tanto que se
importou com Ana. “... Ele é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente
além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera”.
(Efésios 3.20). “Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o
vosso coração” (Jeremias 29.13).
Nenhum comentário:
Postar um comentário